Artigo & Opinião

O ser humano é livre por natureza

Uma das fotos mais impactantes da Guerra Fria foi tirada em 1955 quando uma jovem alemã fugiu do lado comunista em direção à liberdade. Reparem em como os soldados do lado ocidental protegem a garota dos soldados comunistas fortemente armados que tentavam impedir a fuga.

Mas o que isso pode nos dizer sobre o século 21? O século dos valores líquidos, fazendo uma analogia com o conceito de “amor liquido” que Bauman nos definiu, para quem não sabe irei dar uma breve explicação. Amor líquido é um amor “até segundo aviso”, o amor a partir do padrão dos bens de consumo: mantenha-os enquanto eles te trouxerem satisfação e os substitua por outros que prometem ainda mais satisfação.

Hoje os valores estão tão líquidos quanto o amor, tudo não passa de padrão e satisfação, quando esses dois itens somem a mudança é inevitável, principalmente nos mais jovens que por motivo de imaturidade ou desconhecimento abrem aos poucos a mão de suas liberdades para ganharem o selo de Bonus Homo e assim dar brecha para arbitrariedades.

De fato, vivemos a tirania do judiciário e tudo isso começou por pequenas concessões de liberdade pra o tal “Bem Maior”, caso você considera algo maior que sua liberdade sugiro que aprenda um pouco mais sobre o que uma pessoa sem liberdade é capaz de fazer. Que criminosos não são exemplos a serem seguidos isso é fato, mas repare bem que nas prisões muitas pessoas cometem suicídio por diversos motivos, mas todos tem algo em comum, não suportam a perca de suas liberdades. O ser humano foi criado para ser livre e não preso.

No mundo animal temos exemplos de pássaros, alguns peixes e mamíferos que não suportam ficarem presos e acabam morrendo de tristeza. Um grupo de animal que não sobrevive muitos anos em cativeiros são os tubarões brancos, um dos maiores predadores dos oceanos. Ao perderem suas liberdades e ficarem presos em aquários não vivem mais que alguns meses. Tanto no mundo animal quanto no mundo dos homens a liberdade é o bem mais sagrado.

Voltando ao mundo dos homens, desde os primórdios da humanidade nos necessitamos a todo custo ter a liberdade de escolha, liberdade de defesa e a tal falada liberdade de imprensa, essas três liberdades para mim são as mais importantes dentre todas existentes. E só conseguimos garantir elas se o Estado não usar de sua coerção para criar um mundo tópico que existe na cabeça de cada um. A liberdade econômica também é muito importante, mas ainda sim esta abaixo das três citadas acima.

Vejamos, sempre estivemos vivendo com pandemias desde que a ciência é ciência, a gripe comum é uma pandemia, a gripe aviaria, hepatite e tuberculose, mas apenas a de Covid-19 fez com que as pessoas se tornassem “malucas” de abrir mão de seus liberdade de ir e vir, de escolher um tratamento medico e até a de expressão, apenas para se enquadrarem como Bonus Homo e assim terem um ar de superioridade sobre quem pensa diferente.

O Bonus Homo nada mais são pessoas que vivem numa distopia mental, que dentre outras coisas acreditam serem os donos da razão, usam exemplos anacrônicos para embasarem algo, mas se esquecem que hoje uma mentira está tal fácil de ser refutada do que a 20 anos atrás. Um grupo de pessoas daqui 20 minutos podem decidir que querem criar um novo normal e assim tirar as liberdade individuais e fazer com que vivemos num mundo igual o descrito na obra 1984 de George Orwell, mas nesses 20 minutos um outro grupo que prefere a morte do que perder as liberdades pode se reunir para combater esse mal.

Pessoas perderam suas vidas nos séculos passados e continuam perdendo nesse século em nome da liberdade, não seremos hipócritas de esquecer um passado de luta pelas liberdades. Para concluir deixarei um trecho do hino da independência.

Já podeis da Pátria filhos,
Ver contente a Mãe gentil!
Já raiou a Liberdade
No Horizonte do Brasil,
Já raiou a Liberdade
Já raiou a Liberdade
No Horizonte do Brasil!
Brava Gente Brasileira
Longe vá, temor servil;
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil.
Ou ficar a Pátria livre,
Ou morrer pelo Brasil.

Lucas Barboza

Formado em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Norte do Paraná, em Logística e História pela Universidade do Norte do Paraná, Especialista em Gestão de Projetos, Consultoria Empresarial e Ensino de Matemática. Professor da rede Pública de Educação do Paraná, apaixonado por escrita, politica, história e economia, empreendedor e cristão.

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