Artigo & Opinião

A politica brasileira é uma piada

Que a política brasileira tem muitos personagens “míticos” é inegável, alguns deles foram eleitos como forma de protesto pela população e outros por conta de serem famosos, mas o caso da vez é o do mendigo de Planaltina que conseguiu a “fama” após ser flagrado tendo relações sexuais com uma mulher casada.

Segundo alguns portais de notícia Givaldo já está sendo sondado por pelo menos quatro partidos políticos para concorrer a uma cadeira como deputado federal ou deputado distrital pelo DF. Os convites, segundo o colunista Janela Indiscreta, do Metrópoles, ocorreram após o primeiro discurso público do homem, que apresentou sua versão do caso em entrevista ao mesmo portal.

Nem foi e nem será a primeira vez que uma pessoa é convidada a concorrer a cargos políticos no Brasil, geralmente os mais “famosos” são os mais cotados, vide Alexandre Frota, Tiririca, Sergio Reis, algumas subcelebridades de Reality Shows, entre outros, mas isso sempre irá acontecer porque sempre temos a tendência a escolher os mais famosos e não os mais capacitados.

Me diga se você se sente representado por pessoas assim ao saber que as leis são propostas por eles? Eu particularmente não me sinto, imagino que você também não. Pessoas eleitas por conta de sua “fama” sempre estarão nos holofotes e em algum momento mostrarão como são longe deles.

Os partidos que vão atrás de pessoas assim estão basicamente interessados nas verbas que poderão arrecadar com a eleição deles e como irão conseguir controla-los, afinal quem não gostaria de ter influência sobre um deputado, senador ou governador. Quando colocados em disputa dificilmente eles terão a liberdade de escolher o que falar perante ao eleitorado.

Vamos chamar esse fenômeno de Efeito Tiririca; em 2014 o ator e palhaço Tiririca, conhecido como Francisco Everaldo Oliveira Silva, tentou sua primeira reeleição para a Câmara dos Deputados de São Paulo. Com mais de um milhão de votos (1.016.796 votos), foi um dos deputados mais votados do país, ajudando a colocar o seu nome na Assembleia Nacional. Esse fenômeno se repete no caso das eleições proporcionais e ocorre graças ao chamado quociente eleitoral.

Conforme previsto em lei, as eleições federais, estaduais, distritais e para vereadores são realizadas de forma diferente dos candidatos majoritários, em que os cargos de presidente da república, governador, senadores e prefeitos das cidades em disputa. No sistema proporcional, deve-se fazer um cálculo: divida o número de votos válidos emitidos no estado ou município (no caso de eleição para vereador) pelo número de vagas a serem preenchidas.

Com esta regra, nem sempre é eleito o candidato mais votado. A partir do quociente eleitoral, cada partido pode derivar o quociente partidário, ou seja, o número de cadeiras que o partido ou coligação terá nos próximos quatro anos. Essa contagem de votos é feita dividindo-se os votos obtidos pelas coligações pelo quociente do colégio eleitoral. Só assim os candidatos mais votados de cada partido poderão ser considerados eleitos para a Câmara dos Deputados, para a Assembleia Legislativa do Estado ou, no caso do Distrito Federal, para a Câmara dos Deputados.

Bem complicado de entender como funciona o quociente eleitoral para quem não conhece a política nacional, a cada 2 anos vemos esses candidatos que sempre estão na mídia, mas sem nenhum conhecimento das leis nacionais e quiçá sem saber o hino nacional. Para concluir, os “famosos” são convidados a disputar cargos políticos não por serem legisladores em potencial, mas sim para levar junto na eleição pessoas, em 2018 dos 513 deputados federais apenas 27 não foram “puxados” pelos votos dados aos partidos e outros candidatos.

Não se surpreenda se em 2022 o mendigo de Planaltina estiver concorrendo a cargos políticos, pois ele estará na disputa não por ser uma pessoa qualificada e sim por ter conseguido os holofotes.

Lucas Barboza

Professor, colunista, economista, empreendedor, estudante de história, de direita, cristão, anticomunista e armamentista.

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