Fim do (longo ciclo): Renato Gaúcho não é mais técnico do Grêmio
Por Luiz Signor – OneFootball
A terceira passagem de Renato Portaluppi à frente do Grêmio iniciada em 18 de setembro de 2016 chegou ao fim.
Com sete títulos, estátua inaugurada, polêmicas e os últimos meses sem o brilho de antes.
Renato veio (voltou) como aposta. E deixa o clube novamente, mas na condição de maior técnico da história.
Em nota (veja abaixo), o Grêmio afirmou que a saída foi em “comum” acordo. O ge aponta que ele pediu demissão.
E sem o técnico, que ainda se recupera após ter contraído o novo coronavírus.
Tiago Nunes, livre no mercado desde que foi demitido do Corinthians em setembro de 2020, é o mais cotado.
Renato havia renovado com o Grêmio no último dia dia 5 de março. Vínculo até o fim desta temporada.
E vivia a expectativa de receber reforços de peso – que estavam condicionados à classificação na competição sul-americana.
O retorno ao clube do qual era o maior ídolo na condição de atleta veio após a demissão de Roger Machado. O contrato era de três meses com renovação por um ano dependendo dos resultados.
Renato ajustou o time que era comandado pelo ex-lateral/zagueiro multicampeão pelo clube e tirou o Tricolor da fila de conquistas nacionais graças ao título da Copa do Brasil.
Encerrou outro jejum em 2017 com o tri da Copa Libertadores conquistada sobre o Lanús.
Entre 2018 e 2020 comandou o time no tricampeonato gaúcho – feito que não vinha desde o penta entre 1985 e 1989 – houve a conquista da Recopa em 2018.
As críticas de parte da torcida ficaram maiores com a eliminação para o Flamengo na Libertadores de 2019 com a vexatória derrota por 5 x 0 no Maracanã.
A queda para o Santos na Libertadores do ano passado com nova goleada (4 x 1) só aumentou a pressão.
O Grêmio foi à decisão da Copa do Brasil, mas caiu para o Palmeiras e precisou passar pelas fases eliminatórias da Libertadores.
O fato de poupar titulares durante os Campeonatos Brasileiros só reforçou o descontentamento de boa parte dos gremistas.
Foram, por exemplo, 17 empates no BR-2020/21, um recorde. Pontos que poderiam ter garantido o time na fase nobre da competição sul-americana.
Renato tentou recuperar diversos jogadores em sua última passagem. Cortez teve bons momentos, mas hoje é um dos mais contestados pela torcida.
Léo Moura ficou três temporadas, vivendo altos e baixos. Jael, por sua vez, saiu em alta com o torcedor.
Mas são vários os exemplos de jogadores que não vingaram.
Thiago Neves foi um dos últimos – e principais. Após Renato afirmar “Se cair nas minhas mãos, vocês verão quem é o Thiago Neves”.
A lista ainda tem Tardelli, Maicosuel, Robinho, Cristian e André – que também fracassaram.
Marinho foi pedido de Renato, mas não deslanchou. Foi para o Santos e acabou eleito o melhor da América do Sul. E Luciano foi brilhar no São Paulo.
O período vitoriosos do Grêmio – com pelo menos um título desde 2016 – fez com que muitos atletas revelados na base do clube – ou que terminaram a formação no Tricolor – se destacassem.
Pedro Rocha, destaque na Copa BR de 2016, foi um dos primeiros. Arthur, um dos grandes nomes na Libertadores, foi para o Barcelona. Luan, melhor das Américas em 2017, caiu de rendimento, mas garantiu grana ao clube.
Everton Cebolinha e Pepê, que ainda estão no clube, foram os últimos.
Criticado por apostar pouco na base, Renato se orgulhou de ter ajudado o Grêmio a lucrar com os guris.
Renato comandou o Grêmio em 308 vezes, com 161 vitórias, 82 empates e 65 derrotas. Aproveitamento de 60%.
Os títulos: Copa do Brasil (2016), Libertadores (2017), Recopa Sul-Americana (2018), Gauchão (2018, 2019 e 2020) e Recopa Gaúcha (2019).
O Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense comunica o desligamento de Renato Portaluppi, em comum acordo com a direção, do comando técnico do Clube. O Grêmio agradece o profissional pela sua dedicação, sua passagem vitoriosa com conquistas importantes, lealdade à instituição e por ter sido o técnico mais longevo no comando da casamata gremista. Ao lado do Grêmio, o ídolo Renato Portaluppi alcançou um patamar raro entre técnicos brasileiros. O herói do Mundial de 1983 tornou-se o primeiro brasileiro a ser campeão da Libertadores como jogador e treinador, devolveu o Clube ao caminho das glórias e reconquistou a hegemonia estadual. Também deixam a Comissão Técnica, os auxiliares Alexandre Mendes e Victor Hugo Signorelli.
Depois de quatro anos e sete meses, Renato deixa o Grêmio com os títulos da Copa do Brasil em 2016, Libertadores da América em 2017, Recopa Sul-Americana em 2018 e os títulos do Campeonato Gaúcho em 2018, 19 e 20 e da Recopa Gaúcha em 2019. O Grêmio deseja êxito na continuidade da carreira de Renato Portaluppi e mantém suas portas sempre abertas ao profissional. O treinador da transição, Tiago Gomes, assume provisoriamente o comando da equipe.
Tinha renovado em março
Instabilidade começou em 2019
As apostas de Renato
Muitos guris vendidos
Foram quantos jogos?
A nota oficial do Grêmio