Meio Ambiente o quê?!

Na era da informação a tecnologia tão avançada quanto se pode conceber, no intuito de facilitar a vida do ser humano em tantas quantas forem as áreas de implementação, quais sejam; agricultura, transporte, comunicação, viabilidade de tráfego, produção em massa – e por aí vai – não consegue diminuir o estrago consequente de sua “evolução”, porquanto a escassez do tempo a cada dia constitui novo parâmetro de necessidades “básicas” em detrimento dos recursos primários necessários para o provimento do bem-estar e conforto, desde a água para os diversos fins industriais aos dejetos biológicos, químicos e físicos lançados indiscriminadamente na natureza – fonte primária de toda essa “roda-gigante” de demanda insaciável.

Enquanto engatinhamos com nossas políticas ambientais, o curso da natureza não encontra brechas nos ataques descomunais que lhe inflingimos, para repor em hábil tempo os recursos que lhes escoamos dia após dia.

-“O problema é outro.” É comum encontrar comentários deste matiz, sempre apontando para grandes potências econômicas, sociais, comerciais, industriais e como não pudesse ser diferente, sentenças esquivas no que tange ao “modus operandi” do cidadão comum. Ora! segundo Análise do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil 2018/2019, lançado em novembro de 2019 pela Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), em 2018, o Brasil produziu, em média, 79 milhões de toneladas de lixo, – o maior montante (e não é nem de longe motivo para se gabar) na América Latina – e está previsto que em 2030 esse número chegará a 100 milhões de toneladas. Desse montante de 79 milhões de toneladas, 92% (72,7 milhões) foi coletado. ”A associação comenta: “Por um lado, isso significa uma alta de 1,66% em comparação a 2017. Ou seja, a coleta aumentou num ritmo um pouco maior que a geração. Por outro, evidencia que 6,3 milhões de toneladas de resíduos não foram recolhidas junto aos locais de geração.”  (referência)

O que nos leva a pensar o quanto de lixo produzimos diariamente, e a importância da coleta, bem como da diminuição, de forma consciente, da produção de lixo e a real necessidade de fazê-lo.

Por outro lado ainda podemos observar um início de consciência quando se evita gasto excessivo e irresponsável de água, quando se separa o lixo orgânico do reciclável, – sem querer ter a pretensão de resolução com o mínimo gesto de descarte seletivo, dada a obviedade dessa manutenção diária. Ainda há que se refletir naquelas embalagens de balas e doces, salgados, sacolas plásticas, latas de bebidas, copos entre outros componentes residuais de escala pessoal/individual que atinge não só a sociedade, cada pessoa que vive em comum e divide o mesmo espaço, mas, e mormente o meio ambiente, transformando este, que é a fonte vital de nossas existência, em monstruoso monturo, apenas refletindo o que há no imo da sociedade.

Não obstante o fato do crescimento desordenado, da falta de interesse, do desrespeito pela natureza e pelo próximo, ainda há aqueles que encontram em pilhéria, apoio para seus atos mais nefandos, negando-se a si mesmo, e principalmente, cristalizando sua psiquê e seus atos sob a alegação de ignorância ou ainda de costumes arraigados.

Talvez eu não viva para ver, talvez nem mesmo meus bisnetos vejam, mas à cada um cabe o dever de construir o futuro, sem destruir o meio ambiente, mas como piada macabra, a cada queimada, a cada abate de árvore sem o devido replantio, a cada gota de água potável escorrendo deliberadamente nas calçadas, a escassez, o “choro e ranger de dentes” se aproxima.

É facultado a cada qual de nós, escolher e agir para definir em qual tipo de mundo quer viver, ou ainda, que mundo quer legar à posteridade?

O Meio Ambiente é o Início, o principal gerador de recursos para a manutenção da vida terrestre, em um ambiente doente o que se pode produzir? Aliás, nesse ritmo haverá algum ambiente?