Conhecendo o Universo do Autismo: Desafios e Descobertas – Parte 1

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), ou autismo, como é conhecido popularmente, é uma condição que afeta o neurodesenvolvimento, acarretando dificuldades na interação social, na comunicação e no comportamento em diferentes níveis, o autismo não tem cura, mas, tem tratamentos para melhor qualidade de vida com o TEA, não é doença, outrossim, evidências científicas apontam que não há uma causa única, mas sim a interação de fatores genéticos e epigenéticos (ambientais) que se relacionam com o TEA.

Segundo dados do Center for Disease Control and Prevention (CDC) o TEA atinge até 2% da população mundial e, no Brasil, estima-se que existam 2 milhões de pessoas com autismo, hoje 1 em cada 36 crianças é diagnosticada com TEA.

O que nos leva a pensar, já que não tem cura, não é doença e tem tratamentos para melhorar a qualidade de vida com o TEA, as crianças autistas chegam a fase adulta e…? Continuam sendo autistas…
Sim, pessoas autistas adultas, muitas vezes, sem o diagnóstico na infância, crescem lançando mão de diversas estratégias para viver num mundo neurotípico e tentar se adaptar em moldes pré-estabelecidos para a comunidade neurotípica (dita normal) para tentar passar desapercebido, refreando suas características próprias e inatas para não ser taxado, no mínimo, como estranho, diferente, contudo, isso tem um custo muito elevado para o autista, o Masking, como é denominado o fato de mascarar ou camuflar as características autísticas demanda muito esforço e energia descomunal, o que vai causar, via de regra, cansaço físico extremo, fadiga mental, dores musculares e de cabeça, entre outras crises (e podem ser muitas, variando de pessoa para pessoa).

Até aqui conseguimos identificar que crianças autistas crescem e se tornam jovens e adultos autistas, têm suas necessidades e características únicas, assim como todo ser humano, sendo assim cada pessoa dentro do Espectro é única.

Por isso frases capacitistas como: “você não tem cara de autista”, “todo mundo é um pouco autista”, “você não parece autista”, são desrespeitosas, haja vista, acabam por querer diminuir os desafios inerentes a pessoa autista, e descreditar o diagnóstico, mas para quem não sabe o processo de investigação até o fechamento do diagnóstico do TEA demanda muito tempo e atenção por parte do profissional e diversas características clínicas que juntas identificam a pessoa dentro do Transtorno do Espectro Autista, profissionais capacitados e com formação específica na área do neurodesenvolvimento é que são capazes de identificar essas características e realizar o diagnóstico, tais como neuropsicólogos, psicopedagogos, psicólogos, psiquiatras.         (Continua)…