Artigo & Opinião

Democracia e liberdade: Qual a mais importante?- Parte II

Parte I – Democracia e liberdade: Qual a mais importante?- Parte I

O mercado é mais democrático que o jogo político. No livre mercado, cada indivíduo escolhe um bem dentre vários comercializáveis, com base em sua renda, preferência e riqueza ele compra aquilo entres os bens e serviços que melhore sua qualidade de vida. Nesse mesmo livre mercado suas decisões e escolhas não restringem as decisões de terceiros. Se um indivíduo gosta de comprar carne e legumes para seu almoço nada impede que outro compre cereais e suco, ou que ainda, um terceiro não possa optar em comprar nenhum desses bens e, ao invés disso, escolhe gastar seu dinheiro de outra forma.

Os empresários e comerciantes estão do lado da oferta no mercado e atendem as diferentes demandas concorrendo entre si para contratar e comprar os recursos, os bens de capital e os serviços de mão-de-obra que serão utilizados para produzir os bens que o público consumidor está demandando. Eles não podem obrigar seus consumidores a comprar os bens e serviços oferecidos, ao invés disso, eles precisam persuadir o indivíduo a fazer isso, tendo como base a qualidade e o preço dos bens postos a venda.

Sequer podem fazer com que o publico trabalhe para eles, seja como mão de obra assalariada, seja como um fornecedor, cada empresário e comerciante concorre entre si para adquirir tais recursos, bem como os salários pagos a seus funcionários. Mas a incerteza de que irá ter algum lucro ou renda suficiente para pagar as despesas sempre estão presentes – a menos que as escolhas dos consumidores sempre seja escolher seu bem ou serviço.

O que é produzido e o preço que são vendidos é algo que o consumidor determina, fazendo uma analogia, a ultima instância é dada pelo publico que “vota” com seu dinheiro, ao mesmo tempo, os resultados originados pelo mercado são “pluralísticos”.  Isto é, o mercado fornece uma forma de “representação proporcional”.

Para as minorias são ofertados os mesmos bens e serviços que para a maioria, dependendo apenas do quanto eles estão dispostas a “votar” com seu dinheiro. Com efeito, qualquer minoria pode receber ao menos um bem ou serviço que desejam e estão dispostas a oferecer seu “voto”.

Sendo assim, é verdade que os indivíduos consumidores têm um número diferente de “votos” em termos monetários para adquirir tais bens e serviços? Sim, é verdade. Mas no livre mercado, com uma concorrência plena, o determinante para a quantidade de “votos” que cada indivíduo tem é o reflexo de sua renda como produtor e assalariado. Sendo assim, a renda de cada indivíduo é o reflexo de quanto os outros indivíduos estão dispostos a pagar pelos seus bens ou serviços, do quanto eles valoram sua contribuição a um processo particular de produção.

A democracia pluralista da economia de livre mercado se defronta com o resultado do processo político democrático. Os bens e serviços que um governo oferece não são de escolhas e decisões individuais. Não podemos ser exigentes em termos de quantidades relativas que queremos ter e, com toda certeza, não possuímos a opção de abdicar de todos eles – vide os impostos pagos para educação sem ao menos usufruir dela ou possuir algum dependente que usufrua. O governo atinge por meios financeiros as coisas que fornece a sociedade através de uma tributação, ou seja, o roubo compulsório de parte da renda e riqueza dos cidadãos sem o consentimento voluntário e individual destes.

Em qualquer ditadura, esse arranjo governamental é determinado pelos desejos do ditador e daqueles que estão próximos a ele, tendo como decisões as necessidades próprias pelos recursos da nação. Na democracia os limites da tributação, teoricamente, dependem do grau que os que estão no poder convencem a sociedade de que o confisco via tributação é um reflexo legítimo da própria vontade “popular”.

Porem, quando vemos na pratica o funcionamento é bem diferente, os limites da tributação são influenciados pela formação de coalizões de grupos de interesse, esses grupos por meios de financiamentos de campanhas pressionam para criar vários programas que comumente envolvem a distribuição de renda e as restrições a concorrência plena em uma mercado, seja através de regulamentações como o alto imposto para importações, barreiras comerciais ou de monopólio como a exploração de petróleo. Tudo isso, é claro, é defendido sob a alegação de ser do “interesse nacional” ou em nome do “bem comum”.

É por permitir e chancelar esse tipo de abuso, algo inerente ao processo democrático, que tal sistema se tornou inimigo da liberdade. Existem vários esquemas intervencionistas e de redistribuição de renda que fomentam as corrupções e criação de discórdia na sociedade, tornando assim a democracia um sistema divisivo. Quando se estende a democracia política para as áreas que a soberania pessoal deveria ficar sem interferência, bem como o pluralismo voluntario do livre mercado, o sistema democrático se desvirtuou completamente.

Como está agora, a democracia não é vantajosa para os demos; ela é vantajosa apenas para a elite do poder.  Algo a se pensar.

 

Lucas Barboza

Formado em Ciências Econômicas pela Universidade Estadual do Norte do Paraná, em Logística e História pela Universidade do Norte do Paraná, Especialista em Gestão de Projetos, Consultoria Empresarial e Ensino de Matemática. Professor da rede Pública de Educação do Paraná, apaixonado por escrita, politica, história e economia, empreendedor e cristão.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *