Feriado de São Francisco de Assis é mantido em 2022 e passa ser facultativo no próximo ano
Por Wilson Barbosa
Em sessão extraordinária realizada na última sexta-feira (30), na Câmara Municipal de Andirá, a maioria dos vereadores aprovou a alteração do da Lei que instituiu o feriado de São Francisco de Assis de obrigatório para facultativo, a partir de 2023. Em 2022 ficou mantido o feriado integral.
Com a presença de diversos representantes do comércio, Associação Comercial e Empresarial de Andirá, membros da sociedade, e do Padre Eric Simon – da Paróquia São Francisco de Assis – por 5 votos a 3, os vereadores aprovaram o Projeto de Lei 24/2022 – de autoria do vereador Ailton Fernando, líder governo, que altera a Lei Nº 3538, aprovada em 25 de março de 2022 que instituiu o Feriado Municipal Religioso de São Francisco de Assis (4 de outubro) no município de Andirá, passando ser facultativo a partir do dia 5 de outubro de 2022, mantendo o feriado integral somente neste ano.
Votaram contra a alteração da Lei os vereadores Quirino da Ambulância, Rubão Dentista e Adilsão da Casquel; votaram a favor os vereadores Ailton Fernando (Líder do Governo), Sueli Nardoni, Prof. Wagner Calixto, Dira e Guilherme Ferrari. Os vereadores Adilsão da Casquel e Rubão Dentista, foram os autores da Lei que instituiu o feriado municipal no início deste ano.
Adilsão disse estar triste pela alteração, mas respeita a opinião dos pares que votaram contra. “Fico triste pela comunidade, porque eu queria que fosse mantido o feriado de São Francisco de Assis, um Santo o qual respeito e tenho admiração por ele, mas venceu a maioria”, concluiu o vereador.
O vereador Rubão Dentista também lamentou o resultado da votação, pois não viu mal algum em manter o feriado. Destacou que fez o que pode para defender a comunidade. “Estamos em uma democracia e temos que respeitar o voto da maioria, mas lamento pela comunidade da Paróquia São Francisco de Assis que esperava manter o feriado. Estou em paz”, finalizou Rubão.
Quirino da Ambulância, voto contrário, mostrou-se insatisfeito com a mudança, afirmando não ver nenhum crime em manter o feriado. “Fico triste em ver a ganância de muitos em querer passar por cima da religião, de pessoas que são devotos, que têm a crença em querer manter a data comemorativa, mas infelizmente venceu a maioria; perdemos cientes de que fizemos o melhor para a comunidade”, lamentou Quirino.
O vereador Ailton Fernando, autor da emenda que propôs a alteração na Lei, ressaltou que a mudança ficou boa e trouxe equilíbrio a ambas as partes – comércio e igreja. “A alteração sai em meu nome, mas é uma ideia que sai de todo grupo de vereadores e nossa discussão em manter o feriado neste ano e mudar após o dia 5; essa é a função do vereador: exercer o equilíbrio e trazer harmonia na sociedade”, finalizou Ailton.
Representante da ACEAD, Murilo Ferrari, destacou que a Associação Comercial reivindicou desde o começo que a obrigatoriedade da Lei fosse mudada em virtude dos impactos econômicos que o feriado pode gerar ao município – ao comércio, à indústria e ao agronegócio. “Graças a Deus conseguimos esse resultado que foi uma conciliação que foi positivo para todos, ou seja, nos próximos anos, aquele que puder aderir ao feriado ou trabalhar, ficará livre para escolher”, finalizou Murilo.
O comerciante Rodrigo, da Rodrigo Informática, mostrou-se preocupado pela situação atual em que o comércio passa, num momento pós pandêmico, em relação a ter mais um feriado, mas deixando claro que tanto ele quanto os demais comerciantes não são contra o feriado de São Francisco, mas sim pelo momento difícil em que passa o comércio, devido a quantidade de feriados que já passara e que ainda virão. “A votação que ocorreu nesta sessão foi um diálogo e uma solução amigável do consenso entre ambas as partes que ficou bom para todos”, destacou.
Apesar de estar presente na sessão, nossa reportagem não conseguiu falar com o Padre Eric Simon.