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23 DE OUTUBRO, DIA DO AVIADOR

Por Aloisio Simoni – Timburi FM

Na aviação existem tarefas que oferecem riscos, como Pilotos Agrícolas e Principamente Pilotos de Translado.

Transladando aeronaves, cruzando oceanos há mais de 30 anos, encontrei este artigo escrito pela jornalista Poonam Taneja, da BBC News, que descreve muito bem a profissão.

Nunca tive uma pane grave, meu filho Marcelo Simoni, teve uma pane de Turbina e precisou pousar no Atlantico, foi resgatado pela guarda costeira da Ilha Martinica.

Sobre o Mar do Caribe, retornando para o Brasil (Foto: Divulgação)

Há alguns dias navegando pela internet, encontrei esta matéria da Jornalista Poonam Taneja. Da BBC

O relato da jornalista.

Em voos de traslado, pilotos precisam cruzar grandes distâncias em aeronaves que não foram planejadas para tais percursos.

O ramo do voo de traslado é uma indústria lucrativa e de alto risco. Sem passageiros pagantes, pilotos de elite entregam pequenas aeronaves através de oceanos e continentes – distâncias que esses aviões não foram planejados para voar.

Cruzar sozinho o oceano Atlântico em um pequeno monomotor, em baixas altitudes e em meio a condições climáticas extremas, não é algo para cardíacos. Coisas podem dar errado e muitas vezes é o que acontece.

A indústria de voos de traslado é formada por um grupo reduzido de aviadores, muitos dos quais realizaram centenas e até milhares de voos, entregando aeronaves novas ou reparadas em destinos remotos. (Em 1997 eramos apenas 12 Brasileiros que transladavam Aeronaves Agrícolas.

Preparando a aeronave para o inicio do vôo de retorno para o Brasil. (Foto: Divulgação)

A repórter da BBC Poonam Taneja conta que o pai era um piloto de traslado.

O pai da repórter morreu , quando o avião que estava entregando colidiu com montanhas no Canadá.

Voos para poucos

Com o passar do tempo, cresceu a curiosidade da repórter sobre a vida do pai como um piloto de traslado e a paixão dele pela atividade, e ela começou a investigar esse mundo desconhecido da aviação.

Aeronaves são vendidas e reparadas por todo o mundo, em um processo que pode levar meses e até anos.

E é preciso transportar esses aviões até seus donos – onde quer que eles estejam.

“Em qualquer aeronave que esteja é preciso encontrar uma maneira de vencer as distâncias, mesmo aquelas que pequenos aviões normalmente não conseguiriam”, afirma o piloto Julian Storey, 43 anos.

Esses são aviões que tipicamente percorrem de 320 km a 645 km por voo. Mas a travessia mais curta do Atlântico tem 1.120 km.

E como essas pequenas aeronaves são despressurizadas, voos acima de 3 mil metros não são recomendados. Isso as torna mais vulneráveis a condições climáticas extremas, pois possuem menor capacidade para sobrevoar nuvens de tempestade e de gelo.

Em Isla Grande, vamos abastecer e decolar, o Tug nos trouxe do hangar até o ponto de partida dos motores (Foto: Divulgação)

Já aviões comerciais podem voar a altitudes de até 12 mil metros.

Antes da decolagem, a aeronave terá de ser carregada com tanques de combustível adapitados, necessários à jornada, nas Aeronaves Agrícolas adapta-se o Ropper para defencivos agrícolas, com bombas eletricas, os abastece com combustível, e sobre o Atlantico o piloto vai transferindo para os tanques das asas.

Trata-se muitas vezes de um avião lento, sem os equipamentos de ponta de aeronaves modernas para lidar com gelo e clima extremo. “Em grande parte, é uma questão de julgamento, técnica e experiência para lidar com a natureza e tentar sobreviver”, afirma Storey.

Taneja diz que isso é que o sempre temeu, sobretudo quando o pai voava sobre os mares.

Ela afirma que ele sempre levava equipamentos de sobrevivência – uma precaução que todos os pilotos de voos de traslado tomam, diante da possibilidade de pousos forçados no mar.

“A principal causa de morte no oceano é a hipotermia”, diz o piloto Dave Henderson, 60 anos, que fez mais de cem travessias pelo Atlântico em pequenos aviões.

“Se você acabar na água, o mais importante é entrar em seu bote em forma de barraca, mas eu também tenho um kit de sobrevivência de neoprene, que isola o corpo totalmente, dando algumas horas de sobrevida nessas condições.”

Ele diz conhecer outros pilotos de traslados que sobreviveram após aterrissagens no mar, mas reconhece que não é um assunto agradável.

Transportar um avião pelo Atlântico é um dos testes mais duros para piloto e aeronave. Mas esse não é o único trecho desafiador nesse tipo de voo.

“Toda viagem tem um elemento de aventura”, afirma. “Você precisa ser um piloto que saiba lidar com todos os aspectos de um voo.”

Todos os pilotos de traslado consultados pela repórter da BBC mencionam amigos ou colegas que morreram durante o trabalho.

E todos concordam que os voos de traslado não são uma carreira para aventureiros ou para demonstrações de coragem.

Segurança tem pouco a ver com sorte. “Tudo é uma questão de julgamento – tomar as decisões certas. O tempo está bom? O vento está muito forte? Tenho combustível para enfrentar esse vento?”, diz Storey.

A repórter Poonam Taneja diz que os encontros com os pilotos a fizeram relembrar da importância da aviação em sua vida e da paixão do pai pela atividade. “Estou feliz por ele ter tido a oportunidade de fazer o que amava – ser um piloto de traslado.”

Aloisio Simoni,

Piloto Comercial, Multimotores, IFR, Instrutor de Vôos, Piloto Agrícola, com Carteiras Americana e Brasileira, e piloto de translados.

No Brasil cursos feitos em: Barretos-SP, Ourinhos-SP, Marilia-SP e Londrina-PR, além de simulador de vôo feito em Curitiba-PR e Bauru SP.

Nos U.S.A., cursos feitos em West Memphis-AR, Claremore-OK, Guymon-Ok, e especializações feitas em Vero Beach-FL, Spokane-WA, Oklahoma City-OK.

 

Gazeta 369

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