Artigo & Opinião

7 de Setembro, uma nova Independência

No dia 7 de setembro de 1822, as margens do Rio Ipiranga em São Paulo, D. Pedro I declarava a independência do Brasil para com o Reino de Portugal. José Bonifácio lhe escrevera uma carta que se relaciona com o popularmente conhecido Dia do Fico.

Senhor, as cortes ordenaram a minha prisão por obediência a vossa alteza, e no seu ódio imenso de perseguição atingiram também aquele que preza em voz servir com lealdade e a dedicação do mais fiel amigo e súdito.
O momento não comporta mais delongas ou condescendências, a revolução já está preparada para o dia de sua partida; se parte, temos a revolução no Brasil contra Portugal, e Portugal, atualmente não tem recursos para subjugar um levante que é preparado publicamente para não dizer quase visivelmente.
Se fica, tem vossa alteza contra si o povo de Portugal, a vingança das cortes, e direi até, a deserdação que dizem já estar combinada.
Ministro fiel que arrisquei tudo por minha pátria e pelo meu príncipe, servo obedientíssimo do senhor Dom João VI que as cortes tem na sua detestável coação; Eu como ministro, aconselho a vossa alteza, que fique e faça do Brasil um reino feliz, separado de Portugal, que é hoje escravo das cortes despóticas.
Senhor, ninguém mais do que sua esposa deseja a sua felicidade, e ela lhe diz em carta que com esta será entregue, que vossa alteza deve ficar e fazer a felicidade do povo brasileiro que o deseja como seu soberano, sem ligações de obediência às despóticas cortes portuguesas que querem a escravidão do Brasil e a humilhação do seu adorado príncipe regente.
Fique é o que todos pedem ao magnânimo príncipe que é vossa alteza, para o orgulho e felicidade do Brasil.
E se não ficar, correrão rios de sangue, nessa grande e nobre terra, tão querida do seu real pai, que já não governa em Portugal por opressão das cortes, nesta terra que tanto estima vossa alteza e a quem tanto vossa alteza estima.

Mas hoje, em 2021 precisamos de uma nova independência, uma independência por uma nova república e deixarmos de ser classificados como a República das Bananas.
Hoje vemos um congresso acovardado por um judiciário que diz ser o “Guardião da Constituição”, essa é uma mísera parte do panorama que só mudará com muita luta, mas uma luta que se inicia nas urnas e elegendo os mais aptos e não subcelebridades de Reality show e nem muito menos um ator pornô.
A ruptura institucional está ocorrendo, governadores agindo como ditadores e policiais seguindo ordens imorais, mas ao que tudo indica as corporações policiais, em caso de ruptura, estarão ao lado do exercito. A população está, desde o inicio, do lado da constituição; as manifestações de grupos conservadores de direita – que se espalham pelo Brasil – e as motociatas que o presidente organizou já dizem muito sobre a vontade do povo.
Além do mais, com menos de 3 anos de governo já vemos que uma das obras mais importantes para a população do nordeste foi concluída, depois de anos de desvios de dinheiro e promessas, a transposição do Rio São Francisco, um marco desse governo.
As manifestações programadas para o dia 7 de setembro de 2021 em todo o Brasil não são para apoiar o Presidente da República, mas para pedir independência dos poderes, que cá entre nós, é uma vergonha brasileira ter de reivindicar algo tão claro. O Judiciário está legislando; congresso está julgando e o executivo? Esse está jogando dentro das 4 linhas constitucionais, mas a cada ato um novo pedido de impeachment é sugerido e, como tudo no Brasil, esse pedidos se banalizaram.
Não gosto de anacronismo, mas esse que farei é de grande importância: na carta a qual José Bonifácio escreveu para D. Pedro I vemos que Bonifácio era um homem de confiança do imperador e estava sendo perseguido pelas cortes portuguesas que iam despojar D. Pedro I do trono, mas seu amor por essas terra era maior e com isso, após ler a carta, despojou de suas ombreiras com as cores e representações de Portugal e bradou: – “Arranquem vossas abraçadeiras soldados, viva a independência, a liberdade e a separação do Brasil, pelo meu sangue, pela minha honra e pelo meu Deus, juro fazer a liberdade do Brasil. Brasileiros, a nossa divisa de hoje em diante será independência ou morte”.
Nesse 199° aniversario da Independência devemos reivindicá-la novamente. O povo já não suporta mais as arbitrariedades dos poderes, plebiscitos não são respeitados e em alguns estados a população está de mãos atadas. Independência é liberdade e liberdade não se ganha com votos, mas se conquista com luta.

Lucas Barboza

Professor, colunista, economista, empreendedor, estudante de história, de direita, cristão, anticomunista e armamentista.

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