Artigo & OpiniãoOdontologia

O risco da inflamação e infecção bucal

Quando iniciamos uma conversa sobre “a boca” ou saúde bucal (cavidade oral propriamente dita), de início se faz necessário abordar algo que parece óbvio, mas mesmo assim é válido afirmar, a cavidade oral não é isolada do restante do organismo, o Ser Humano deve ser visto como um todo. A saúde geral de um indivíduo está diretamente ligada a sua saúde bucal. E com esta certeza pode-se afirmar que a boca é — se não o maior, um dos ambientes mais contaminados do corpo, com dezenas de tipos de vírus, fungos e bactérias — muitas delas controladas pelas nossas defesas de imunidade e pela harmonia da própria saúde do organismo, e dentre estes microrganismos da boca, alguns deles são altamente patogênicos, ou seja, causadores de doenças.

doenças da gengiva Dr. Jean Andirá

Mas que doenças seriam estas?… As mais comuns e que fazem parte com maior frequência do cotidiano de um Dentista são as inflamações e infecções gengivais, a cárie, e as contaminações dos canais radiculares e seus abcessos; esta última irei abordar um pouco mais neste artigo. Ela também é conhecida como — infecção endodôntica ou “infecção do Canal” – que pode causar complicações na saúde geral de três formas principais:

1) Através de um abscesso periapical agudo que dissemina microrganismos e seus produtos através dos tecidos do corpo;

2) Por um procedimento endodôntico, em que os microrganismos são disseminados via sistema circulatório (caindo na corrente sanguínea);

3) E através de uma lesão inflamatória periapical crônica, pela liberação de produtos bacterianos e reações químicas de inflamação pelo organismo.

É nestas situações que em alguns casos, onde as medidas de atendimento odontológico e medicamentoso de urgência e emergência não são colocadas em práticas de forma eficaz que surge um outro processo e se ouve o termo “bacteriêmia”, este termo não é novo, os primeiros estudos sobre bacteriêmia foram realizados em 1931, como resultado de procedimentos odontológico, e nada mais é do que o dizer de uma forma popular – “espalhar as bactérias pelo organismo”, claro que este “espalhar” terá um preço a saúde geral quer seja atingindo órgãos e até mesmo sistemas inteiros e apesar da modernização dos medicamentos usados em seu tratamento e prevenção, e do desenvolvimento das medidas de diagnóstico e tratamento de suas complicações – (entre elas a intervenção precoce) – a bacteriêmia pode levar a contaminações graves. Embora nesta condição de contaminação estejam incluídos outros fatores como a condição de reação das defesas do paciente e a capacidade de agressão dos germes envolvidos.

Como dito, a cavidade bucal é um órgão riquíssimo em diversos microrganismos (dentre eles, os estreptococos e os estafilococos entre outros), que ali convivem harmoniosamente com nossa imunidade mantendo o equilíbrio saúde-doença. Ao menor sinal de desequilíbrio, eles se multiplicam em uma escala muito ágil transformando o processo e passando de inofensivos a agressores de uma forma muito rápida. Deficiência em qualquer um dos processos de intervenção da infecção odontológica, seja por causa de uma contaminação que pode ocorrer em qualquer fase, da carência de atendimento eficiente, seja devido ao próprio paciente que pode estar com suas defesas debilitadas ou, por desconhecer sua verdadeira condição de saúde geral ou ainda, por esconder alguma condição do Cirurgião Dentista como por exemplo alguma doença sistêmica que pode fazer diferença no tipo de medicação e tratamento a ser seguido.

Muitas são as contaminações que ocorrem no organismo frente a uma bacteriêmia, (pneumonias e a endocardite são as mais comuns e conhecidas), consistem na contaminação pulmonar e na contaminação de estruturas do coração pelas bactérias que ali também estarão se multiplicando rapidamente. Os sintomas da endocardite, que ainda hoje tem um alto índice de mortalidade, na maioria das vezes, iniciam-se duas semanas após a instalação da bacteriêmia pelo organismo e as bacteriêmia de origem dental são tidas como um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento da endocardite e outras doenças sistêmicas. Por estes e outros motivos à saúde bucal deve ser acompanhada de perto, pois um processo infeccioso de contaminação não surge derrepente, ele é fruto muitas vezes de uma inflamação gengival mal resolvida, de uma cárie não tratada que contaminou o canal de um dente, de um canal contaminado que virou um abcesso… E assim vai evoluindo a doença… Então fica a dica rápida para manter uma boa saúde:


Visite seu dentista regularmente! Sua saúde bucal é peça fundamental de uma boa saúde geral.

 

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Jean Santos

Dr. Jean Santos. Cirurgião Dentista em Andirá-PR. Pós-Graduado em Odontologia Estética/AONP, Gestão de Pessoas e Sistemas de Saúde/FGV. Especialista em Metodologia do Ensino Superior em Saúde/Unoeste. Especialista em Dentística com Ênfase em Prótese e Estética. Especialista em Ortodontia. Mestre em Odontologia/Dentística. Professor de Graduação em Odontologia e Pós-Graduação em Odontologia Estética e Reabilitação. Perito Odontológico da Justiça, membro efetivo da SBCF Sociedade Brasileira de Ciências Forenses. Membro efetivo da SBPqO Sociedade Brasileira de Pesquisa Odontológica.

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