Artigo & Opinião

Você paga por pesquisas inúteis

Parece que estamos vivendo a era da idiotice acadêmica e não há indícios de melhora nisso. Digo isso em relação a qualidade dos trabalhos e pesquisas que ultimamente são publicadas, podemos ser o país que mais produz, mas produzimos em sua maioria pesquisas e estudos inúteis. Me crucifiquem por dizer que cursos como jornalismo, filosofia, antropologia e outros desse nível não deveriam ser classificados como curso superior e sim técnicos, não incluo nessa classificação os cursos de história, geografia, pedagogia e outros da mesma importância para a sociedade.

Para ser um filosofo no Brasil basta apenas duas coisas: um diploma e ser politicamente correto, não precisa publicar nada, não precisa escrever livros, não precisa merda nenhuma, basta um simples diploma universitário de filosofia e você já é filosofo, ademais basta apenas pegar ideias vagas e sair espalhando aos quatro cantos. Aliás, se você fuma uma baseado em beira de lago também é filosofo. Para ser jornalista é quase a mesma coisa, não precisa saber interpretar os temas e sim escrever de uma forma para confundir os leitores e colocar em dúvida sobre a realidade e já a antropologia é um campo que estuda o homem, a linguagem, os costumes, os comportamentos, etc., esse curso na verdade deveria ser reduzido a uma matéria bianual nos cursos de história e filosofia (tem essa matéria nas grades curriculares, porém não tão aprofundada), eu não conheço ninguém que tem sonho de ser antropólogo, enfim, esses são apenas três cursos que não podemos colocar acima de cursos de real importância social.

Nas minhas buscas por estudos do meu TCC de Ciências Econômicas não encontrei um estudo se quer sobre a importância da caça para o meio ambiente e a preservação das espécies, digo isso porque em algumas revistas americanas e em um estudo intitulado de “Atire no elefante e salve a comunidade” de Shaw Reagan disponivel na Hoover Institution mostra que graças a privatização é que os animais sobrevivem. Quem vive nas redes sociais já deve ter encontrado um vídeo de um palestrante dizendo que as vacas existem em milhões porque são privatizadas e as baleias estão em extinção porque não são, mas o tema desse texto não é sobre meu TCC e sim sobre a inutilidade atual das pesquisas cientificas.

Depois de achar alguns artigo com cunho duvidoso eu separei “apenas” três e suas introduções para terem uma ideia.

Você pagou para os níveis de problematização chegarem a um jogo

World of Warcraft é um popular jogo de RPG que se passa no universo de Azeroth. Há mais de 5 milhões de jogadores em todo o mundo, sendo bastante famoso entre os brasileiros. Como o próprio nome sugere, trata-se de um jogo de guerra, mas isso não o impediu de ser objeto de uma problematização de masculinidades a título de dissertação de mestrado. A dissertação, intitulada “Masculinidades no World of Warcraft”, foi escrita por André da Silva e defendida na Universidade de São Paulo, em 2018.

O objetivo da dissertação foi analisar os efeitos de representações de masculinidades no jogo, como a construção de personagens e ações que refletem padrões culturais específicos. O resultado da problematização foi que as narrativas do jogo, as ações dos personagens e os objetivos de jogo, têm um forte viés de masculinidade. As representações de gênero também são reforçadas ao longo do jogo, com os personagens masculinos sendo mais fortes e mais bem-sucedidos que os femininos. Para alcançar esses resultados, foram feitas entrevistas com jogadores do jogo, bem como análises de conteúdo de textos relacionados ao jogo e de seu conteúdo visual. Não há nenhum custo específico para chegar a um jogo de problematização.

No entanto, é necessário dedicar tempo e recursos para realizar pesquisas e análises, o que pode ser custoso em termos financeiros. Além disso, é preciso ter conhecimento e experiência adequados para realizar uma análise profunda do jogo e de seus efeitos.

O trabalho é uma reflexão sobre modelos socialmente impostos por uma sociedade patriarcal em que a supremacia masculina possui sua hegemonia baseada na dominação. Na narrativa desenvolvida, ele fala de “Garrosh”, um orc que, segundo o autor, possui um problema de masculinidade por causa da relação que nunca teve perante sua figura paterna. Por ser incapaz de lidar com seus sentimentos, o orc extravasa o que sente por intermédio de sua agressividade. Nada mau ganhar uma bolsa para passar o semestre jogando e problematizando um game e, ao final, receber um título de mestre em letras por isso. Sendo assim, o trabalho propõe uma leitura reflexiva sobre a masculinidade na cultura nerd, tendo como base o personagem Garrosh, dentro do contexto de World of Warcraft.

Ao longo do trabalho, o autor investiga o que o próprio jogo reflete sobre o personagem e a cultura nerd no que tange à masculinidade. O autor relata como Garrosh é estereotipado e como isso reflete no estudo dessa masculinidade. O autor ainda aponta como a história de Garrosh reflete a vida real, pois seu caráter agressivo e sua forma de encarar a vida reflete a dificuldade de homens de lidar com seus sentimentos. Por fim, o autor propõe algumas possíveis soluções para a problemática da masculinidade, incentivando o diálogo e o empoderamento masculino como meio para a superação do problema.

Você pagou para um estudo sobre sexo em banheiro de rodoviária

“Fazer banheirão: as dinâmicas das interações homoeróticas nos sanitários públicos da Estação da Lapa e adjacências” é uma investigação realizada por um pesquisador que almejava o título de mestre em antropologia.

O autor do artigo relatam que o hábito de fazer sexo com homens aleatórios em banheiros públicos acompanha a sexualidade desde tenra idade. Assim, decidiu estudar o caso por meio de um método auto etnográfico, que se pretende basear na experiência pessoal do pesquisador. Na página 118, ele se observa e fala sobre os vários encontros sexuais que teve. Objetivos? “desmarginalizar este tipo de comportamento” para eliminar o estigma sobre a atividade sexual em determinados locais públicos. A capes financiou a pesquisa com cerca de 20.000 reais e, finalmente, o autor obteve o título de mestre em antropologia pela Universidade Federal da Bahia. Após críticas ao estudo, várias instituições antropológicas e grupos de pesquisa sobre sexo divulgaram notas que apoiavam o estudo.

Você pagou para problematizarem o sertanejo universitário

O trabalho, financiado pela CNPq, conclui que a autoestima masculina nas canções sertanejas universitárias acontece à custa da autoestima feminina. O sertanejo virou palco de uma luta de gênero e rendeu um mestrado em linguística para o autor. O resultado prático da pesquisa, porém, é vazio: em nada muda o problema do machismo e as inúmeras agressões vividas diariamente por mulheres no país.

Assim, enquanto a letra de “só sertanejo” tratava dos prazeres e agruras da vida rural, o sertanejo universitário passou a focar na prosperidade, nas festas e na poligamia. O autor conclui que isso significa um aumento na auto-estima de uma pessoa. Para isso, analisa canções como “Balada (Tchê tcherere tchê tchê)” de Gusttavo Lima, “Camaro Amarelo” de Munhoz e Mariano e “Chora, Me liga” de João Bosco e Vinicius.

 

Esses são apenas três trabalhos que encontrei e sei que quase todos os pagadores de impostos também possuem a mesma opinião que eu. Esse tipo de pesquisa de nada ajuda a sociedade brasileira, apenas são desperdício de verba pública que realmente poderiam ir para os verdadeiros cientistas, aliás, caso não saiba a profissão de cientista não é regulamentada no Brasil e quem faz pesquisas sobre cura de doenças e vacinas precisa receber dinheiro do governo, o que é muito burocrático.

Sabe o que essas pesquisas tem em comum? São de cursos de humanas que citei no começo, até mesmo os cursos que são importantes para a sociedade existem pesquisas inúteis, mas em uma proporção bem menor. O problema não é receber dinheiro para pesquisas, elas são sim importantes, mas devemos nos ater que ao pesquisar tem que ser algo que possa ajudar na sociedade. Lembre-se que essas pessoas com mestrados e doutorados que escrevem inutilidades são os que darão aulas em universidades e ensinos fundamental.

O Brasil sempre foi um dos últimos colocados em quase todos os testes educacionais do mundo e agora você tem uma noção do porque.

 

Lucas Barboza

Professor, colunista, economista, empreendedor, estudante de história, de direita, cristão, anticomunista e armamentista.

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